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Mensagem  chana-cna 2009-10-17, 00:03

Anselmo Borges, teólogo e filósofo, é docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Professor de filosofia e Moral no Colégio Nun Alvares Tomar .
Autor de várias obras, na área da sua formação académica, dirige a colecção "Religiões",
da Casa das Letras. Explica, neste Dicionário de Mitos,
um mito tipicamente português: "O Quinto Império e o Sebastianismo".
Janela do (in)finito , Deus no Século XXI e o Futuro.


estou-me a lembrar quando via passar no corredor e entrar numa sala de aulas ,
trazia os sapatos desaparelhados, quer disser de cada qualidade , e uma meia de cada cor.
parava uns quantos seguntos e seguia caminho com um riso de gozão, dizia para mim ,este prof fumou
umas quantas ganzas ehhhhhhhh.
PS: esqueci-me dizer o nosso colega Carlos Aguiar alias Deutch pode contar mais coisas sobre o nosso Prof foi aluno dele

Ouvir o silêncio

por Anselmo Borges 19 Setembro 2009


No meio da vertigem das tempestades de palavras em que vivemos,
que nos atordoam e paralisam, tal- vez se torne urgente parar. Para ouvir.

Ouvir o quê? Ouvir o silêncio. E só depois de ouvir o silêncio será possível falar,
falar com sentido e palavras novas, seminais, iluminadas e iluminantes, criadoras.
De verdade. Onde se acendem as palavras novas, seminais, iluminadas e iluminantes,
criadoras, e a Poesia, senão no silêncio, talvez melhor,
na Palavra originária que fala no silêncio?

Ouvir o quê? Ouvir a voz da consciência,
que sussurra ou grita no silêncio. Quem a ouve?

Ouvir o quê? Ouvir música, a grande música, aquela que diz o indizível
e nos transporta lá, lá ao donde somos e para onde verdadeiramente
queremos ir: a nossa morada.

Ouvir o quê? Ouvir os gemidos dos pobres, os gritos dos explorados,
dos abandonados, dos que não podem falar, das vítimas das injustiças.

Ouvir o quê? Talvez Deus - um dia ouvi Jacques Lacan dizer que os teólogos
não acreditam em Deus, porque falam demasiado dele -,
o Deus que, no meio do barulho, só está presente pela ausência.

Ouvir o quê? Ouvir a sabedoria. Sócrates, o mártir da Filosofia,
que só sabia que não sabia, consagrou a vida a confrontar a
retórica sofística com a arrogância da ignorância e a urgência
da busca da verdade. Falava, depois de ouvir o seu daímon,
a voz do deus e da consciência.

Ninguém sabe se Deus existe ou não. Como escreve o
filósofo André Comte-Sponville, tanto aquele que diz:
"Eu sei que Deus não existe" como aquele que diz:
"Eu sei que Deus existe" é "um imbecil que toma a fé por um saber".
Deus não é "objecto" de saber, mas de fé.
E há razões para acreditar e razões para não acreditar.

Comte-Sponville não crê, apresentando argumentos, mas compreendendo
também os argumentos de quem crê. Numa obra sua recente,
L'Esprit de l'athéisme, mostra razões para não crer, mas sublinhando
a urgência de pensar, se se não quiser cair no perigo iminente de fanatismos
e do niilismo, e, consequentemente, na barbárie, "uma espiritualidade sem Deus".

Constituinte dessa espiritualidade, no quadro de um "ateísmo místico",
é precisamente o silêncio. "Silêncio do mar. Silêncio do vento. Silêncio do sábio,
mesmo quando fala. Basta calar-se, ou, melhor, fazer silêncio em si
(calar-se é fácil, fazer silêncio é outra coisa), para que só haja a verdade,
que todo o discurso supõe, verdade que os contém a todos
e que nenhum contém. Verdade do silêncio: silêncio da verdade."

Encontrei Raul Solnado apenas uma vez. Num casamento. Surpreendeu-me
a imagem que me ficou: a de um homem reflexivo. Não professava nenhuma religião.
Por isso, não teve funeral religioso. Mas deixou um pequeno escrito,
com uma experiência, no silêncio, na Expo, em Lisboa, em 2007.

"Numa das vezes que fui à Expo, em Lisboa, descobri, estranhamente,
uma pequena sala completamente despojada, apenas com meia dúzia
de bancos corridos. Nada mais tinha. Não existia ali qualquer sinal religioso
e por essa razão pensei que aquele espaço se tratava de um templo grandioso.
Quase como um espanto, senti uma sensação que nunca sentira antes e,
de repente, uma vontade de rezar não sei a quem ou a quê.
Sentei-me num daqueles bancos, fechei os olhos, apertei as mãos,
entrelacei os dedos e comecei a sentir uma emoção rara, um silêncio absoluto.
Tudo o que pensava só poderia ser trazido por um Deus que ali deveria viver
e que me envolvia no meu corpo amolecido. O meu pensamento aquietou-se
naquele pasmo deslumbrante, naquela serenidade, naquela paz.
Quando os meus olhos se abriram, aquele Deus tinha desaparecido
em qualquer canto que só Ele conhece, um canto que nunca ninguém
conheceu e quando saí daquela porta, corri para a beira do rio para
dar um grito de gratidão à minha alma, e sorri para o Universo.
Aquela vírgula de tempo foi o mais belo minuto de silêncio
que iluminou a minha vida e fez com que eu me reencontrasse.
Resta-me a esperança de que, num tempo que seja breve,
me volte a acontecer. Que esse meu Deus assim queira."
chana-cna
chana-cna


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